Como Nélson Gonçalves entrou na minha semana?

Adivinha ...

Antônio Gonçalves Sobral nasceu em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, no dia 21 de junho de 1919. Cantor brasileiro, Nélson Gonçalves como era mais conhecido, foi o segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, ficando atrás apenas de Roberto Carlos. Um dos seus maiores sucesso foi A Volta do Boêmio. Se você não se recorda, que eu duvido:

"Boemia, aqui me tens de regresso / E suplicante te peço a minha nova inscrição / Voltei pra rever os amigos que um dia / Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão [...]"

Plausivo, amado pai, seria pensar que a iserssão, do falecido cantor dos anos 50, viria pelo ouvir de suas músicas de letras melosas. Caberia ainda desvanear que, quando sozinha, o envoserado Nélson, surgiria para mim com uma fênix – das cinzas. Mas não. Nélson Gonçalves se apresentou para mim nesta noite de terça-feira pela Lei 11.343/2006, mais precisamente, pelo art. 33 (Dos Crimes), que rege:

"Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:"

Era de meu desconhecimento que, aquele que outrora apelidado de "Metralha" – por causa da gagueira – e que decidiu ser cantor, teve envolvimento com a cocaína, em 1958, tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção (em Bangu). No entanto, surpresa maior, queridão, foi saber que os encarcerados se propuseram, por meio de uma abaixo assinado, a "doar" – imagine a piração da turma – um dia a mais de sua pena para que Nelson pudesse voltar aos palcos e ao deleite da fama. Claro que a atitude é improcedente ao sistema jurídico penal brasileiro.

Contudo, a grande loucura da esdruxula aparição do Nélson é que, agora, toda vez que me lembro da canção, A Volta do Boêmio, eu canto assim: "Boemia, aqui me tens de regesso com os 18 verbos do artigo 33".

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